Sob o signo de Amadeo - Conferencias CAM

5.11.13 , 0 Comments

Paul Strand, 'White Fence' 1916

A iniciativa parte da ênfase que será dada à obra de Amadeo de Souza-Cardoso na montagem da coleção do CAM em Julho de 2013 (por ocasião do seu 30º aniversário) e visa abrir e debater uma série de tópicos sobre o modernismo e a obra de Amadeo. O título geral do Ciclo de Conferências retoma por isso o da própria exposição – Sob o Signo de Amadeo – criando uma oportunidade para, a partir da presença da obra de Amadeo, colocar várias questões relacionadas com a arte do pré-Guerra e da Guerra em discussão. Assim, para além de um debate mais geral sobre o modernismo, outros assuntos-chave a discutir neste ciclo de conferências serão: o impacto da Primeira Guerra Mundial, o lugar da representação no modernismo, os usos da fotografia, a relação com a poesia, a literatura e a filosofia.

O dia 7 de Novembro é marcado com uma conferência sobre a fotografia.


Jorge Ribalta (Museo Reina Sofia, Espanha) – The Strand symptom. A Modernist disease. 
Esta comunicação procura compensar a leitura hiper-formalista do trabalho fotográfico de Paul Strand. Em vez de celebrar e monumentalizar Strand como o pai-fundador do modernismo fotográfico americano, propõe um olhar sobre o seu trabalho enquanto sintoma de um problema estrutural ou maladie no seio do modernismo. Refiro-me a uma espécie de esquizofrenia implícita no facto de um dos mais radicais formalistas da história da fotografia modernista se ter transformado num revolucionário comunista radical nos anos 1930 tendo o seu trabalho permanecido literalmente o mesmo. Centrando-me nos trabalhos da década de 30 e, em torno da Photo League, analisarei esta maladie e a facto de permanecer insuficientemente historiografada. Pergunto: será que ainda podemos aceitar as histórias do modernismo formalista da Guerra Fria e a despolitização da década de 1930 feita nos anos 1970 e 1980?


Blake Stimson (University of Illinois, E.U.A.) - Photographic Communism 
Diz-se por vezes que a Fotografia tem uma função ‘profética’ tendo em conta que ela antevê (ou mesmo ajuda a produzir) cisões futuras, quando evidencia sintomas de ansiedade pessoal, social ou política. Esta comunicação considera a sua capacidade oposta, sublinhando o modo como a fotografia profetiza e anuncia uniões futuras. Analisando o trabalho fotográfico de meados do século XX – como o de Paul Strand –, frequentemente classificado com a confortável etiqueta de “socialismo romântico”, no seio dos recentes debates em torno do fenómeno de “comunização”, esta comunicação toma os esforços proféticos, imaginativos da fotográfica como prolongando e desenvolvendo a noção moderna, plena e distintiva, de causa comum nascida no Iluminismo. Assim sendo, a viabilidade crítica da fotografia será avaliada não apenas pela capacidade da fotografia para revelar os aspetos imaginários de uma determinada forma de identidade e pertença coletiva, mas também pela sua capacidade para trabalhar criticamente essa identificação e essa pertença.

Moderadora: Margarida Medeiros

A entrada na sessão tem um custo de 5€
Mais informações em Centro de Arte Moderna 

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